Juliana e Daniel – A Novembrada.

Juliana e Daniel – A Novembrada.

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Daniel Remor Silva – danielremor@yahoo.com.br

Plano de Aula

Introdução
A Novembrada.

O tema da Novembrada será ministrado aos alunos do 3º ano do Ensino Médio. Os alunos devem possuir conhecimentos gerais sobre a Ditadura Militar no Brasil. A abordagem desta temática faz com que o aluno conheça e compreenda as transformações sociais do Brasil no período que rodeia o fim da Ditadura Militar no Brasil. Com enfoque especial na História de Santa Catarina, que também é conteúdo do 3º ano, a temática tem por intuito, atrair a atenção do aluno, já que o fato em questão se dá num cenário do cotidiano do aluno.

Toda a questão da novembrada será tratada em 4 aulas de 50 min, incluindo exercícios e prova escrita.

Objetivos
Geral: O enfoque à Novembrada busca fazer com que os alunos conheçam mais a fundo a história da Ditadura Militar no Brasil, os movimentos estudantis e o cenário político da época.

Específicos: Despertar o interesse não somente pela História da Ditadura Militar, mas pela História Local, uma vez que a Novembrada foi um acontecimento de grande repercussão, e ao estudar o assunto, o aluno acaba conhecendo a Florianópolis da década de 1970. Além dos objetivos em relação à disciplina de História, também se busca aprimorar a prática da escrita e o poder de argumentação, já que são alunos do ensino médio que estão se preparando para o vestibular, que a cada edição, tem cobrado mais desenvolvimento na escrita e também vem tratando cada vez mais de assuntos regionais.

Recursos Didáticos
– Filme: Novembrada de Eduardo Paredes.

– Fichas para resumir o filme;

– Imagens;

– Reportagens da época;

– Artigo;

Procedimentos de Ensino
Na primeira aula será exibido o curta-metragem (09 minutos), e os alunos, que já possuem um certo conhecimento sobre a ditadura, farão um resumo em fichas que posteriormente servirão de base para uma redação. Será ministrada uma rápida aula expositiva sobre o tema.

No segundo encontro (aula dupla), com base no relatório do filme e leitura das revistas, os alunos produzirão, em sala de aula e individualmente, uma redação sobre o tema estudado.

Um artigo sobre o tema também foi disponibilizado aos alunos como exemplo. Os alunos foram previamente avisados da atividade, e tiveram liberdade para também desenvolver pesquisas acerca do tema. Esta redação deverá ser entregue.

No terceiro encontro (correspondente à quarta aula) os alunos serão avaliados numa prova escrita.

Organização da sala
Os alunos trabalharão individualmente, já que estão se preparando para o vestibular, é importante que saibam desenvolver textos sozinhos.
Avaliação
Será realizada uma avaliação escrita composta por:

2 questões de múltipla escolha (1,0 ponto cada);

2 questões dissertativas (1,5 pontos cada);

1 redação (5 pontos).

Os critérios de avaliação levarão em conta a capacidade descritiva e argumentativa do aluno, além do conhecimento sobre o tema estudado.

Referências:
NOVEMBRADA. Direção: Eduardo Paredes. Produção: Peter Lorenzo. Intérpretes: Lima Duarte, Luiz Cutollo. Brasil, Usyna Press Produções, 1998, Cor, 09 min.

DANTAS, Jéferson Silveira. Uma crônica sobre a ‘Novembrada’. Florianópolis, 2006.

Revista Veja. São Paulo: Editora Abril, 1979.

UMA CRÔNICA SOBRE A ‘NOVEMBRADA’.

Jéferson Dantas[1]

A novembrada, como ficou conhecida a manifestação contra o último ditador do regime militar (1964-1985), João Baptista Figueiredo, ainda está bem fresca na memória dos/as florianopolitanos/as. No dia 30 de novembro de 1979 uma comitiva do palácio do governo aguardava o general-presidente, sem sequer imaginar que um grupo de jovens do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Catarina pudesse estragar a ‘festa’ na tão acolhedora, pacata e simpática Ilha de Santa Catarina. Engrossava o coro dos descontentes os taxistas ilhéus, que tinham de conviver com o racionamento de combustível nos postos de gasolina, tendo em vista a crise do petróleo no Oriente Médio. “João, o presidente da conciliação”, – um samba fora de propósito encomendado para o músico Luiz Henrique Rosa – foi uma tentativa política mal fadada de tornar Figueiredo um homem popular. A derrocada populista iniciava-se, justamente, numa cidade escolhida a dedo pela sua aparente apatia e despolitização.

O que ocorreu depois foi catastrófico para os planos dos generais auriverdes. Houve empurra-empurra, bofetões entre ministros e populares. Nem o cafezinho no saudoso “senadinho” salvou Figueiredo dos encontrões com a população enfurecida e insatisfeita com o modelo econômico adotado pelos militares. Inflação galopante, dívida externa astronômica. Tempos de abertura política. Movimentos sociais se reorganizando. Tudo contrastava. Escolares com as bandeirinhas de Santa Catarina e do Brasil realçavam com matizes surreais as cenas desenroladas naquele fatídico dia. Uma placa homenageando Floriano Peixoto foi arrancada da Praça XV. Balões enormes de gás hélio foram despedaçados. Uma resposta surpreendente que o Brasil inteiro passou a ter como referência. Longe do alcance de populares, Figueiredo foi recepcionado com uma churrascada em Palhoça (cidade-satélite da Grande Florianópolis), maldizendo os que teriam destratado sua mãe.

O governador biônico (indicado pelos militares), Jorge Konder Bornhausen, utilizou as prerrogativas da Lei de Segurança Nacional e algumas lideranças estudantis foram presas e julgadas. Entretanto, a ala progressista da Igreja Católica com o apoio da OAB/SC e membros do MDB histórico, conseguiu reverter as condenações. Os dias que se seguiram foram desconcertantes para o governo estadual, que sofreu um desgaste enorme durante o processo condenatório dos jovens universitários.

Este breve registro histórico ocorrido há apenas trinta anos serve-nos de alento no que se refere aos desmandos da democracia representativa e, sobretudo, contra qualquer espécie de ditadura. O escritor Lima Barreto (1871-1922) dizia que o “Brasil não tinha povo, mas público”. Pelo menos neste dia, Florianópolis foi povo. E com atitude!

Uma resposta »

  1. ronihst disse:

    Esta atividade é própria para o terceiro ano do ensino médio pois nesta fase os alunos precisam escrever bastante. Também é uma atividade interessante por valorizar a cultura local, e ajudar aos alunos a perceberem que eles também fazem parte da história, que na cidade onde eles naceram já aconteceu grande saconteciemntos históricos. A atividade ainda proporciona que os estudante tenha contato com fontes da épocas. Portanto uma proposta interessante que pode ser colocada em prática. Acredito que os criterios de avaliação estão interessantes, todavia poderiam ser masi detalhados e objetivos.

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